Havia
um tempo
em
que a poesiabeijava-nos,
Fazia o peito arder sonhos
em delírio febril
e desamava
Fazia-nos
deitar
em
pastos de devaneiossem paixões materializadas
e insólitos coitos de hoje
Poesia
já foi excesso de vida;
era
nave de pensamentose floreava toda ilusão sofrida
a boca de toda gente,
era um surto epidêmico
com sua fértil semente
vindo dantes de um tempo edênico
Suas letras andam tão quietas
em seu canto,
as rimas ficaram tímidas
e os versos seguiram outros rumos,
desfazendo pontes,
inaugurando muros
A
poesia hoje faz morada
em
livros amarelos vivendode suas redondilhas
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