quarta-feira, 19 de junho de 2013

Saudade de poesia




 
Havia um tempo
em que a poesia
             beijava-nos,
Fazia o peito arder sonhos
em delírio febril

 Tempos em que a poesia
acariciava quem amava
                   e desamava

Fazia-nos deitar
em pastos de devaneios
sem paixões materializadas
e insólitos coitos de hoje

Poesia já foi excesso de vida;
era nave de pensamentos
e floreava toda ilusão sofrida

 
A poesia fazia bem, pintando
a boca de toda gente,
era um surto epidêmico
com sua fértil semente
vindo dantes de um tempo edênico
Suas letras andam tão quietas
em seu canto,
as rimas ficaram tímidas
e os versos seguiram outros rumos,
                          desfazendo pontes,
                        inaugurando muros

A poesia hoje faz morada
em livros amarelos vivendo
de suas redondilhas


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