Nasceu
uma flor por entre
as trincas da calçada,
nasceu
de um grito rouco e adormecido
Trouxe
com ela outras corajosas
Nas
praças se fez um jardim de homens
Nas
vias um rio de fachas fez-se o leito
Correntezas
de pernas escorrem nas ruas
Não
mais que de repente
Rajada
de vento revolto
leva
consigo pétalas da liberdade,
fere
as fendas democráticas,
ateia
fogo no combustão da desordem
que
se apaga com porretes uniformizados
Uma
rosa violenta
cansada
de despetalar-se
joga
pau e pedra
pois
é o que lhe sobrou nas mãos
na
vida, no sonho
A
Esperança é verde e grande
Como
é grande o verde da bandeira
É
grande o jardim de gigantes
Forte
é o vento da mudança
que há de soprar