
Acorda José
que já é dia,
os pássaros já todos de pé,
não deixe a preguiça tomar cria.
Come teu pão surrado
e vai-te embora que já é hora,
não te perca na demora.
Pega o ônibus José,
porque seu balanço
imita a vida
e você que é gente
gosta de gente como agente
Tem gente que dorme na viagem,
que vive de miragem,
mesmo acordado continua no sonho
Não sonhe José,
não dorme José,
Cante José,
ame José,
viva José.
Porque a labuta te espera
na esfera da vida.
A grande missão,
construir riqueza
pra uma grande nação.
Trabalhe José
sem ter tempo pra tristeza
que é pra deixar suave teu coração
Tu trabalhas José,
que no teu retorno
nunca esqueça
que o leite é branco
e vem do trigo o pão
Sua hora é agora José,
teu coração é brando,
enche-o com suor e dignidade,
mostre a ele que você é grande
e pra mais ninguém
Ouça tua orquestra de máquinas,
o melódico tilintar cruel do metal.
Os ruídos fabris
que te falam
e não dizem nada
Alegra-te José, a vida
não é triste poesia,
as horas dançam,
o vento canta
e o tempo passa
na tua ambígua lavra diária
Quando se finda o dia
no capricho da rotina,
o alivio,
o sossego,
a sensação que o mundo
lá fora te aguarda
Esperam no portão
com gracejos as tuas crianças;
e da cozinha vem o beijo quente
e o sorriso lindo
No retorno, as tuas mãos
transbordantes do labor
trazem pra casa a certeza
do pão e do abrigo
Oiê ... muito bom !
ResponderExcluirGostei e me identifiquei :"sem ter tempo pra tristeza
que é pra deixar suave teu coração"
Beijos da Ori.
Lindo poema! A hora de José é a hora de todos nós! Um abração da Lu!
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